Confiamos nossa memória para fazer as mais diversas tarefas, desde lembrar de atores do último filme que vimos até dados bancários secretos. Mas o que fazer quando ela se mostra frágil?
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno degenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades cotidianas e sintomas neuropsiquiátricos. Isso acontece quando o cérebro deixa de realizar o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central, fazendo com que haja o surgimento de proteínas mal cortadas ou tóxicas que resultam na morte das células.
Apesar de sua causa ser desconhecida, acredita-se que seja geneticamente determinada, mas que também o estilo de vida e estímulos do cérebro possam retardar ou até mesmo inibir o surgimento da doença.
Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer
O dia 21 de setembro foi escolhido pela Associação Internacional do Alzheimer para fortalecer a divulgação de informações sobre a doença e conscientizar a população em todo o mundo sobre seus sintomas e formas de tratamento.
Segundo dados do Ministério da Saúde, essa condição afeta 1.2 milhões de pessoas no Brasil e estima que 100 novos casos sejam diagnosticados anualmente. Um número que tende a crescer por conta do avanço na medicina, compartilhamento de informações e o envelhecimento da população brasileira. Ao redor do mundo, o número chega a 35.6 milhões de pessoas.
Prevenção, diagnóstico e sintomas: O que ficar de olho
O sintoma mais comum e inicial do Alzheimer é a perda de memória recente. À medida que a doença avança, surgem sintomas mais severos, como a perda de memória remota (memórias mais antigas), além de irritabilidade, dificuldades de comunicação e desorientação espacial e temporal.
Entre os principais sinais do Alzheimer estão:
- Esquecimento de eventos recentes;
- Repetição frequente da mesma pergunta;
- Dificuldade em seguir conversas ou pensamentos complexos;
- Incapacidade de criar estratégias para resolver problemas;
- Dificuldade para dirigir ou reconhecer rotas familiares;
- Problemas em encontrar palavras para expressar ideias ou sentimentos;
- Irritabilidade, suspeitas infundadas, agressividade ou passividade, interpretações equivocadas de estímulos visuais ou auditivos, e tendência ao isolamento.
A identificação precoce dos sintomas e o acompanhamento adequado são fundamentais para proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida e retardar a progressão da doença. É essencial que familiares e cuidadores estejam atentos às mudanças no comportamento, a padrões de sono e a habilidades cognitivas. Por isso, mais do que nunca, ter noites bem dormidas é algo que impacta nossa saúde a curto e também longo prazo.
Por outro lado, embora ainda não exista uma maneira definitiva de prevenir o Alzheimer, o principal foco da prevenção está em manter o cérebro ativo e saudável ao longo da vida. Algumas estratégias de prevenção incluem:
- Estimulação cognitiva constante: Ler, estudar e praticar atividades que envolvam raciocínio lógico, como jogos de tabuleiro, palavras-cruzadas e exercícios de aritmética, podem fortalecer as conexões neurais. O cérebro funciona como um músculo; quanto mais é estimulado, maior será sua capacidade de criar novas conexões e contornar os danos causados pela doença.
- Estilo de vida saudável: Hábitos como uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e a manutenção de uma vida social ativa são essenciais. Atividades físicas ajudam a melhorar a circulação sanguínea no cérebro, enquanto uma dieta rica em antioxidantes, como frutas, vegetais e peixes ricos em ômega-3, pode reduzir a inflamação cerebral e o estresse oxidativo, ambos fatores relacionados ao Alzheimer.
- Evitar tabagismo e álcool em excesso: Fumar e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas estão associados a danos neuronais, aumentando o risco de desenvolvimento de demências. Por isso, abster-se dessas práticas é uma medida preventiva não só para o Alzheimer, mas também para diversas outras doenças crônicas.
- Manter-se socialmente ativo: Interações sociais regulares, como participar de grupos de apoio, atividades comunitárias ou encontros familiares, têm um impacto positivo na saúde mental e podem reduzir o risco de declínio cognitivo.
A Doença de Alzheimer é uma realidade que pode afetar qualquer família, e falar abertamente sobre o assunto é essencial para enfrentar os desafios que ela traz. Apesar de não haver cura, entender os sinais, buscar diagnóstico precoce e adotar hábitos saudáveis podem ajudar a retardar sua progressão, oferecendo uma melhor qualidade de vida aos pacientes.
É importante lembrar que cuidar da saúde mental e cognitiva ao longo da vida é uma forma poderosa de prevenção. Para os familiares e cuidadores, o apoio e a compreensão são fundamentais. Não devemos ter medo de discutir a doença; ao contrário, falar sobre o Alzheimer com empatia pode quebrar tabus e facilitar o acesso ao tratamento e suporte adequados. Assim, além de cuidar de quem amamos, estamos também nos cuidando, priorizando nossa saúde e bem-estar.