Guia Câncer de Mama: Tudo o que você precisa saber sobre essa doença

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O câncer de mama é uma realidade que impacta milhões de mulheres em todo o mundo. É uma jornada desafiadora, que requer conhecimento, apoio e recursos adequados para enfrentar cada etapa. 

Por ser o tipo de câncer que mais atinge as mulheres depois do câncer de pele, é comum que as pessoas tenham contato com o assunto por meio de campanhas de conscientização, mas é fundamental que esse tema seja tratado ao longo do ano – por mulheres e homens. 

Isso porque prevenir e superar essa doença deve envolver todos. Onde o objetivo esteja em compartilhar um estilo de vida saudável, apoio emocional e presença constante para que cada paciente possa vencer o câncer. 

Neste guia iremos explorar os principais pontos sobre o câncer de mama, seus fatores de risco e como o sono impacta diretamente em seu surgimento e tratamento. Continue a leitura! 

1- O que é o câncer de mama?

O câncer de mama é uma condição caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal de células no tecido mamário. Essas células têm a capacidade de invadir os tecidos circundantes e, em estágios avançados, podem se espalhar para outras partes do corpo através do sistema linfático ou da corrente sanguínea. 

Anualmente, a doença acomete cerca de 73.610 mulheres brasileiras, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ainda que seja menos comum, o câncer de mama pode afetar os homens, embora eles representem 1% dos casos. 

Há vários tipos de câncer de mama, onde cada tipo tem características distintas e requer abordagens de tratamento específicas, sendo esses são os mais comuns: 

  • Carcinoma ductal: esse é o tipo mais comum de câncer de mama, que é quando o tumor se forma no revestimento de um dos ductos mamários, que carregam o leite materno dos lóbulos até o mamilo.  
  • Carcinoma lobular: já esse é considerado o segundo mais comum, apresentando dois tipos de tumores, o lobular in situ e o lobular invasivo. 
  • Tecidos conjuntivos: menos recorrente do que os dois primeiros, esse tipo de câncer pode começar no tecido conjuntivo, que é composto de músculos, gordura e vasos sanguíneos.
EstágioDescriçãoCaracterísticas NotáveisTratamento
0Câncer de mama in situSão tumores limitados aos ductos mamários, sem atingir vasos e por isso é considerado câncer em estágio inicial.Cirurgia, radioterapia, hormonioterapia (em alguns casos).
1Câncer de mama em estágio inicialTumores com menos de 2 cm, sem atingir linfonodos com crescimento lento. Cirurgia, radioterapia, quimioterapia (casos selecionados).
2Câncer de mama em estágio inicialNesse estágio os tumores podem ter 2 cm com linfonodos comprometidos, ou 2-5 cm, ou quando possuem mais 5 cm sem atingir linfonodos.Cirurgia, radioterapia, quimioterapia.
3Câncer de mama localmente avançadoNesse estágio há o espalhamento para linfonodos e/ou outros tecidos mamários. Cirurgia, radioterapia, quimioterapia.
4Câncer de mama metastáticoÉ quando as células cancerígenas já se encontram em outros órgãos, como fígado, pulmões, ossos.Terapias sistêmicas (quimioterapia, imunoterapia, etc).

2- Como diagnosticar o câncer de mama?

A detecção precoce do câncer de mama é um dos fatores mais determinantes para o sucesso do tratamento. 

Por isso, é importante ficar sempre atenta aos principais sintomas da doença, até porque em muitos casos eles podem ser diagnosticados durante o autoexame ou até mesmo em visitas agendadas ao médico. 

Os sintomas do câncer de mama podem incluir a formação de um nódulo ou espessamento na mama, alterações na forma ou tamanho da mama, mudanças na textura da pele ou no mamilo, secreção anormal dos mamilos e retração ou inversão do mamilo. 

Algumas das maneiras mais conhecidas para a detecção do câncer estão:

  • Autoexame 

Essa é provavelmente a maneira mais simples de identificar o surgimento do câncer, pois pode ser feito regularmente em casa pela mulher. Para isso, basta seguir essas etapas: 

  1. Em frente a um espelho, observe se há alguma diferença na aparência dos seios, como caroços, relevos entre outros. Analise a partir de várias posições, como com os braços levantados, ao lado do corpo ou afastados. 
  2. Aproveite o momento do banho onde a pele está molhada e deslizante para analisar as mamas. Apoie o braço direto sobre a cabeça e com a mão esquerda analise a mama. Faça o mesmo de forma alternada sempre lembrando de fazer movimentos circulares com as pontas dos dedos.

O autoexame também pode ser feito enquanto você estiver deitada, para isso, coloque uma toalha de apoio na nuca e siga os mesmos passos. 

  • Mamografia 

A mamografia é o exame de rastreamento mais comum para detectar o câncer de mama em estágios iniciais. Consiste em radiografias das mamas e pode identificar tumores antes mesmo de serem palpáveis. É recomendado que mulheres a partir dos 50 anos realizem mamografias anualmente, mas aquelas com histórico familiar ou fatores de risco elevados podem iniciar antes.

É importante frisar que a mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade por câncer de mama. 

  • Biópsia 

Esse exame é indicado para entender qual o tipo do tumor, permitindo que a equipe médica tenha informações mais completas e possa guiar os tratamentos mais recomendados para cada paciente de acordo com o estágio da doença. 

  • Ultrassonografia e ressonância magnética

Em casos específicos, a ultrassonografia e a ressonância magnética podem ser utilizadas para avaliar áreas suspeitas identificadas em exames anteriores. Servindo como um apoio adicional para encontrar a doença com mais rapidez.

3- Fatores de risco e prevenção

Entender os fatores que podem aumentar o risco de desenvolver câncer de mama é um passo significativo em direção à prevenção. 

Isso porque quanto mais cedo a doença for descoberta, maiores são as chances de eliminá-la – além de poder evitar o uso de procedimentos invasivos e mais severos. 

Os fatores de risco do câncer de mama 

Não existe uma causa única responsável pelo surgimento do câncer de mama, mas sim a combinação de vários fatores que juntos aumentam ou diminuem o risco de uma mulher desenvolver a doença. 

De maneira geral, a idade possui uma importante implicação no desenvolvimento do câncer. Segundo o INCA, cerca de 4 em 5 casos ocorrem após os 50 anos. Adicionalmente, o instituto divide alguns dos fatores de risco em três categorias: 

Comportamental Excesso de gordura no corpo Inatividade física Consumo em excesso de bebidas alcóolicas Exposição frequente a radiações ionizantes para tratamento (radioterapia) ou exames diagnósticosTabagismo Profissionais expostos a produtos químicos, como cabeleireiros, indústria da borracha, plástico, refinarias
História reprodutiva e hormonalTer tido a primeira menstruação antes de 12 anos Não ter tido filhos Primeira gravidez após os 30 anosParar de menstruar (menopausa) após os 55 anos Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos
Hereditário História familiar de câncer de ovárioCasos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anosHistória familiar de câncer de mama em homensAlteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2

Entender os principais fatores que aceleram o desenvolvimento do câncer permite saber para quais pontos olhar e ter mais atenção. Por exemplo, mulheres com histórico familiar devem contar com o acompanhamento médico antes da idade recomendada ao público geral. 

Como prevenir o câncer de mama 

Como vimos, não há apenas um fator de risco responsável pela doença, por isso, adotar um estilo de vida saudável com dieta equilibrada e exercícios regulares é o caminho para prevenir o câncer de mama. 

  1. Tenha uma alimentação saudável

Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes é crucial para manter o corpo saudável e reduzir o risco de câncer de mama. Recomenda-se:

  • Consumo de frutas e vegetais: dessa maneira você tem alimentos fontes naturais de vitaminas, minerais e antioxidantes.
  • Limitação de gorduras saturadas e trans: com a redução do consumo de alimentos processados e frituras, evita-se substâncias prejudiciais ao corpo. 
  • Inclusão de grãos integrais: invista em alimentos ricos em fibras e nutrientes essenciais para fortalecer o sistema imunológico e ter energia para as principais atividades do dia. 
  • Controle o consumo de açúcares e sal: assim é mais fácil manter os níveis de glicose e pressão arterial estáveis ao longo da vida. 
  1. Faça atividades físicas 

A prática regular de exercícios físicos não apenas contribui para a manutenção do peso adequado, mas também promove a saúde como um todo. Dessa maneira, é possível ter mais disposição para o trabalho, se divertir com os filhos e até melhorar a autoestima.

O estresse crônico pode afetar o sistema imunológico e contribuir para o desenvolvimento de doenças, incluindo o câncer. 

Por isso, é muito valioso adicionar à rotina técnicas de controle de estresse e atividades relaxantes para te ajudar a encontrar o equilíbrio.

Invista em meditação, yoga e alongamentos e técnicas de relaxamento que ajudam a conectar o seu corpo e mente, sem se preocupar com o mundo externo. 

  1. Tratamentos para a doença 

O tratamento do câncer de mama é uma jornada que envolve diversas abordagens médicas e terapêuticas. E cada uma das modalidades existentes desempenham um papel crucial na luta contra o câncer de mama, e compreender suas aplicações e potenciais efeitos colaterais é essencial para tomar decisões informadas sobre o tratamento.

O tratamento para o câncer de mama depende do tipo, estágio e características individuais do paciente. Pode incluir:

  • Cirurgia: remoção do tumor, podendo ser seguida de reconstrução mamária.
  • Radioterapia: utiliza radiação para destruir células cancerosas.
  • Quimioterapia: uso de medicamentos para combater as células cancerosas.
  • Terapia Hormonal: bloqueia os efeitos do hormônio estrogênio nas células cancerosas.
  • Imunoterapia: estimula o sistema imunológico a combater o câncer.

A decisão de qual tratamento utilizar e quando optar é algo que deve ser conversado frequentemente com seu médico de confiança, onde irá ser exposto seus benefícios e também possíveis alterações no corpo. 

  1. A relação do sono e o câncer de mama 

A qualidade do sono é um componente muitas vezes subestimado da saúde geral. Em um momento que pode gerar muitas preocupações, garantir que a paciente tenha noites bem dormidas pode se tornar uma arma importante para lidar com o câncer de mama. 

Além disso, estudos mostram que pacientes de câncer de mama são duramente afetadas pela falta de sono. 

Aproximadamente 20% a 70% das mulheres com câncer de mama sofrem de insônia, incluindo queixas de dificuldade em permanecer dormindo, dificuldade em voltar a dormir à noite e dormir menos em geral. Para os pacientes que experimentaram insônia mesmo antes do diagnóstico, a maioria endossa o fato de que ter câncer exacerbou o problema do sono.

Pensando nisso, iremos compartilhar algumas dicas para criar uma rotina de higiene do sono: 

  • Estabeleça uma rotina relaxante antes de dormir:

Reserve um tempo para atividades relaxantes, como tomar um banho quente, praticar meditação ou ler um livro tranquilo. Isso ajuda a acalmar a mente e preparar o corpo para o sono.

  • Mantenha um horário de sono consistente:

Tente ir para a cama e acordar aproximadamente no mesmo horário todos os dias, inclusive nos finais de semana. Isso ajuda a regular o relógio biológico e a melhorar a qualidade do sono.

  • Crie um ambiente confortável para dormir:

Certifique-se de que o quarto esteja escuro, silencioso e a uma temperatura agradável. Invista em um colchão e travesseiros confortáveis e escolha roupas de cama de qualidade. 

  • Evite estimulantes e eletrônicos antes de dormir: 

Evite cafeína, nicotina e outros estimulantes pelo menos quatro horas antes de dormir. Além disso, limite o uso de dispositivos eletrônicos, pois a luz azul emitida por eles pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono.

Desenvolver uma rotina saudável para dormir ajuda que o nosso corpo possa descansar corretamente e fortalecer nosso sistema imunológico, garantindo que ele esteja preparado para lidar com doenças.

  1. Apoio familiar e saúde mental 

Ter o suporte emocional e prático da família é essencial durante o tratamento. Pois além da necessidade de se adaptar, ainda que momentaneamente com uma nova rotina, a paciente precisa lidar com momentos de apreensão, nervosismo e medo. 

Compartilhar sentimentos e receber ajuda pode aliviar o fardo emocional, algo que também pode influenciar positivamente o sucesso do combate ao câncer de mama. 

Tenha conversas sinceras Busque grupos de terapia Tenha uma rede de apoio 
Seja gentil consigo mesma Permita-se viver os seus sentimentos Mantenha a ansiedade sob controle 

Quando falamos de câncer de mama um item é vital: a detecção precoce. Isso porque cuidar da saúde, é um ato de amor próprio e de responsabilidade para consigo e para com aqueles que nos rodeiam. 

Ao compreender os sinais e sintomas, ao manter uma rotina de exames regulares e ao adotar um estilo de vida que nutre nosso corpo e mente, estamos construindo os alicerces de uma vida longa e plena.

Por isso, não podemos subestimar o poder das escolhas diárias. Pequenos gestos de autocuidado, desde uma alimentação equilibrada até momentos de tranquilidade antes de dormir, acumulam-se para fortalecer nosso sistema de defesa natural.

Lembrando sempre que o verdadeiro poder reside na prevenção, queremos encorajá-lo a continuar a trilhar este caminho de autocuidado e bem-estar. A sua saúde é um tesouro precioso e merece ser protegida com carinho e atenção.

Não se esqueça: compartilhar informações confiáveis ajuda que mais mulheres saibam como identificar os principais sinais do câncer de mama e aumentar suas chances de cura. 

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