O impacto da privação de sono na sensibilidade à dor

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Sem o tempo de sono adequado, o cérebro tem mais dificuldade de processar a dor de nosso corpo e pode se transformar em um ciclo sem fim. 

Dormir bem é uma necessidade básica de todo ser humano. Você já deve ter percebido que quando a noite não é calma, o dia seguinte é mais difícil, acordar vira uma tarefa custosa, dores de cabeça são mais frequentes e até mesmo o humor muda. 

Isso acontece porque o sono está conectado com a maneira que nosso cérebro reage à dor. Uma situação ainda mais grave para pessoas que sofrem com dores crônicas.  

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), 37% da população do país, ou 60 milhões de pessoas, convivem com esse tipo de dor. 

Dores crônicas são aquelas dores contínuas e recorrentes que se prolongam por mais de três meses. Em muitas vezes sua causa não é definida, o que acaba dificultando seu tratamento. 

Como a falta de sono impacta na percepção da dor 

Quando algo não está bem em nosso corpo, um sinal é enviado através da medula espinhal e recebido pelo cérebro que identifica onde e o nível de incômodo. 

No entanto, quando há a combinação de dores constantes e restrição do sono, o processamento dessa mensagem acaba sendo afetado. Por outro lado, noites mal dormidas impactam a nossa sensibilidade à dor, se transformando em ciclo vicioso. 

Por exemplo, indivíduos relataram amplificação da dor após 2 noites de restrição de sono (de apenas 4 horas), e a intensidade da dor percebida aumentou com o número de noites que isso se repetiu. 

Outro estudo realizado pela Universidade de Berkley na Califórnia mostrou como sofrer com incômodos contínuos também muda a maneira como lidamos com a dor. 

A perda de sono não apenas intensifica a sensação de dor nas regiões do cérebro, como também bloqueia centros naturais de analgesia, ou seja, o nosso próprio corpo tenta combater as dores, mas com a falta de sono isso não acontece. 

Principais doenças relacionadas 

A relação entre dor crônica e o sono está presente em diversas patologias, podendo também ser sentida ao longo da vida. Algumas das principais doenças são: 

  • Doenças reumáticas 
  • Fibromialgia 
  • Artrite reumatoide 
  • Osteoartrose 
  • Enxaqueca 
  • Lombalgia 

Efeitos da falta de sono no dia a dia 

Dores por si só já representam uma grande fonte de incômodo durante o dia, com a privação de um descanso adequado para o corpo e mente, pessoas podem se sentir duplamente exaustas e mudanças no estilo de vida. 

Falta de concentração no trabalho, mudanças bruscas de humor, menos apetite para alimentação ou propensão para o consumo de alimentos menos saudáveis. 

Esses são alguns dos impactos da dor em nossa vida, o que pode provocar problemas a médio e longo prazo de saúde física e mental. Dentre eles podemos citar a obesidade, o diabetes tipo 2, problemas cardíacos e depressão. 

Maneiras para lidar com privação do sono 

Como vimos, em grande parte dos casos em que dores são impedidores de uma boa noite de sono, suas causas não são de fácil e rápida cura. 

Em muitos casos, elas envolvem tratamentos com medicamentos analgésicos e/ ou hipnóticos para o tratamento de comorbidades, que podem incluir anticonvulsivantes, benzodiazepínicos e não benzodiazepínicos, e antidepressivos. Contudo, por serem remédios controlados seu consumo deve ser acompanhado de perto por médicos especialistas. 

Alternativa ao uso de vários remédios controlados, a melatonina permite que pacientes possam incentivar o organismo a regular o sono sem depender de remédios fortes. Por ser um suplemento alimentar fonte de um hormônio já produzido em nosso corpo, a melatonina é uma adição vantajosa e positiva para estimular noites bem dormidas. 

Por isso, é importante estar em constante troca com seu médico de confiança e buscar opções menos invasivas e que não seja necessário a adição de fortes substâncias no corpo. 

Sente que suas noites estão sendo afetadas pelas dores? Compartilhe sua experiência com a gente. Aqui no Portal do Sono você encontra conteúdos úteis sobre bem estar, qualidade de vida e dicas para implementar mais saúde em seu dia a dia. 

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